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Sobre a cascata de brancos seixos
deságua a cachoeira
de cores e princesas,
castelos, principes,
espadas e dragões.
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Com mão firme
como convém a um real cavaleiro
e tinta dimensional
que compõe o arsenal do artesão,
surge pequeno e ligeiro
sobre a primeira pedra polida o rei,
ainda desprovido de súditos,
mas já iniciando sua nobre função.
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Cetro e coroa
eis o rei posto.
Seu território de tintas
povoa com gosto.
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-” Morar em um palhaço? Isso não faço.”, diz nosso rei, com precaução.
Mas a criança querida
aprende com a vida,
e “palácio” ainda não é
uma palavra conhecida…
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Para vestir realeza
e encantar jardins e fadas
pincel e acrílica tinta
criam novos matizes para o mágico reino.
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Após um pedido bem explicado,
um dragão que agradou
mas que não atendeu, segundo a infantil exigência,
o quesito de “assustador”.
Gentil, o menino também aceita com carinho
o verde dragão fofinho.
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Espada em punho
é chegado o momento
de desbravar gramas e florestas
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E como toda brincadeira
tem lúdicas reviravoltas
a casa de duendes
se desdobra em inusitadas cambalhotas.
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