girassol de gravata
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Cultivado com carinho foi esse nosso girassol:
semente na terra,
rega diária,
mais de mês de espera,
sol quentinho.
Pouco a pouco cresceu o caule
fazendo o menino crer que o girassol já era mais velho
que o pé de manjericão que, embora tivesse sido plantado antes, era agora muito mais baixinho…
Vieram as folhas,
cresceu mais ainda
até que virou um pé de feijão para o João,
ou em uma versão mais caseira,
um pé de girassol para o ursinho.
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Gira pra cá,
torce pra lá
e aos poucos pouquinhos,
três pétalas por vez pra não gastar todo o amarelo em uma única empreitada,
esgueirou-se faceira a flor tão estimada.
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Justo no auge de nossa admiração
quando a flor inteira via-se desabrochada,
uma rajada de vendo a fez partida,
toda para o lado tombada.
Um toque de improviso que é coisa certa,
e com o rolo de fita crepe na mão
uma, duas e três passadas
e a flor novamente altiva estava.
Ganhou de presente dessa aventura
uma laranja gravata de laço
e de bambu um graveto
que agora lhe sustenta sempre um abraço.
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