Himalaya
O olhar percorre o espaço
a ver como olho de baixo
o alto da opulenta montanha
.
Indecifrável robustez natural
diante da qual consumo meus passos
ousando sentir-me diminuto
.
Passo a passo escalo o relevo
pé ante pé
terra a terra
.
Leve, árduo, pesado, lento,
rápido, trépido, tudo experimento
na vasta trilha ladeira acima
.
Refaço as forças
encaro o desafio.
Sigo, prossigo
flexibilizo
.
Com emoção, chego ao topo,
ofegante, feliz, radiante
para descobrir, finalmente,
que aquela montanha sou eu
aquela montanha sou eu
aquela sou eu
sou eu
sou
eu
.
.
.
Ao chegar a uma montanha, novo topo se apresenta mais a frente. E de novo e de novo. Mas ninguém apaga o que já foi visto lá de cima.