Pequetito e suas histórias
Poesia maior não há do que aquela que ganha o mundo nos lábios da criança pequena que aprendeu a falar. Em historietas diárias ouve-se toda sorte de delícias que fazem enternecer o coração. Com o pequetito não é diferente, todo dia ele surge feliz na nossa frente, cantando prosa com a bossa que lhe é peculiar.
Desse pote de tesouro, ouro arco-íris que recebemos a cada instante, catamos as pérolas atiradas ao nosso mar.
É a vida, e é bonita, sim. E nesse embalo vamos…
Ao acordar do sono da tarde, depara com uma abelha dentro do quarto, que é acompanhada com muita atenção.
– Mel.
– A abelha faz mel?
– É.
– Quem te ensinou que a abelha faz mel?
– A vovó!
(…)
Em cima da cama, o pequetito fica acocorado sobre um potinho de plástico.
– Cócó (galinha).
– Está botando ovo?
– É. Ovo.
– Quem te ensinou que galinha bota ovo?
– A Nem.
– A Edilene?
– É.
– Ela te ensinou quando vocês foram levar comidinha para as galinhas?
– É.
– Então a vovó te ensinou que a abelha faz o mel, a Edilene ensinou que a galinha bota ovo. E a mamãe, ensinou o que?
– Giz! (ensinou a desenhar…)
(…)
– A abelha faz o mel da flor?
– Não.
– A abelha vai na flor e depois faz o mel?
– Não.
– Então a abelha vai aonde para fazer o mel?
– Luz! (por causa das mariposas que ele viu um dia desses rodeando a lâmpada da cozinha)
***
Explico que criança pequena não deve ficar perto do fogão.
-Só a mamãe pode mexer no fogão, tá? O pequetido não, só a mamãe.
– Papai?
– Sim, o papai também pode.
– Vovó?
– Sim, a vovó também mexe um pouco.
– Vovô?
– Sim, um pouquinho o vovô também mexe.
– O Fá?
– O Fá também mexe um pouco, mas só de vez enquando…
– Tatá?
– Sim…
***
De uma feita, aparece o pequeno com um objeto de vidro nas mãos.
– “Ué, onde você conseguiu isso?”, indago.
-“Futçando gaveta.”
***
Ao ser cumprimentado pelo aniversário de dois anos, logo pela manhã:
– Parabéns, feliz aniversário meu amor!
– A vovó tá?
– Sim, a vovó está.
– Tem bolo?
– Sim, tem bolo.
(…)
Vai para a sala e um ambiente enfeitado de balões o aguarda, os presentes dispostos no chão, sobre um colchonete.
– Querido, o que você está vendo?
– Balão!
– E além de balão, o que mais?
E apontando para o outro lado:
– Balão!
– Sim, mas além de balão, o que mais você está vendo?
Olha para o chão e conclui certeiro:
– Balão!
(…)
Ao receber o primeiro presente, embrulhado em um vistoso pacote:
– Bolo?
– Não meu bem, este é um presente, ainda não é o bolo.
(…)
Ao receber outro presente, em um embrulho ainda maior:
– Bolo?
(…)
Passando pela cozinha, depara finalmente com algo que lhe aguça os desejos, e abre um sorriso de ponta a ponta:
– Tem booooooloooo!
– Sim meu anjo, mas é para depois.
– Neném qué. Poquinho?
***
Correndo com todo o fôlego dos pulmões, dispara, gritando:
– Gol, gol, goool!
Nisso, a ação é interrompida por um nada singelo tombo,
barriga no chão e pernas para o ar, e a avaliação instantânea:
– Não gol…
Ai que coisa mais linda, meu Deus!
Posso apertar?
E continue nos abastecendo com essas pérolas maravilhoas.
Beijos na família querida
Ai, que delíícia!!! E ainda faltou o “chá de mumu”. Beijos para os pequetitos enormes amigos que alegram meus dias!
Parabens querido! Muitos pedacos de bolo e amor pra voce!
Filhos são uma luz tão forte que acende cada cômodo da casa, que sobrepõe cada fresta. Transformam com sua magia obstáculos em mergulhos na esperança. A sutileza da alma a fluir. Eles vem nos lembrar sempre de que assim devem ser vividos os dias. Você, Mamãe Sheila, está salvando estes momentos do tempo com maestria. A ti, somos eternamente gratos!! Feliz Aniversário para o pequetito!!!!! Felicíssimos novos mergulhos prá vocês!!! Beijo Ahmi & Kelly.
Querida Kelly que nos ensina tanto, essa alegria e ternura mãe-filho está presente cada vez que você menciona sobre o Ahmi. Que todas as crianças sejam abençoadas com a dádiva da originalidade, e que todos que são e já foram crianças se realizem plenamente em sua mais alta sabedoria.